Churros de Cerveja
Se por acaso você era criança nos idos 1990, o doce – e assunto de hoje – trazia, invariavelmente, uma associação à famigerada série de televisão mexicana, cujo protagonista anti-herói era conhecido como Chaves. Além do inalcançável sanduíche de presunto, a principal regalia que deixava muitos de nós, pequenos sonhadores, com água na boca eram os tais dos churros. Mas o que são churros, afinal? De onde eles vêm?
Segundo o portal independente The Prisma, essa aventura gastronômica teve início no século 16 quando os portugueses embarcaram em terras chinesas. Foi lá, do outro lado do mundo, que os lusitanos ouviram e provaram o “youtiao” pela primeira vez – tiras de massa frita consumidas pela classe trabalhadora chinesa no café da manhã. Ainda, de acordo com o mesmo portal, “youtiao” significava “demônio frito em óleo”, e era servido em pares, numa pequena “homenagem” a duas figuras da dinastia Song que haviam matado um general importante da época.
Da China para Portugal, de Portugal para Espanha e da Espanha para a América Latina foi um pulo – ou melhor, um navio. Aqui no Ocidente, a massa passou de uma comida popular salgada a ser uma sobremesa real. Na época, o chocolate era um produto caro e símbolo de status que, somado ao novo formato em estrela, era o prato-ostentação da época.
Atração obrigatória dos parques de diversão e feiras nacionais, embora a tradicional versão chinesa do churro salgado ainda sobreviva em algumas partes do mundo, no Brasil o chocolate acabou ganhando um novo concorrente como um dos seus recheios principais, cedendo boa parte do espaço para o delicioso doce de leite.
Mais abaixo, juntamos o melhor dos mundos, do sonho infantil ao sonho adulto, num churro clássico de chocolate à base de cerveja. Bom proveito!
Churros de Cerveja e Chocolate
Ingredientes
Massa:
- 250ml cerveja de trigo
- 50g manteiga
- 165g farinha de trigo (1 xícara)
- 1 pitada de sal
- Óleo para fritar
- Açúcar e canela para empanar
Cobertura:
- 200g chocolate meio amargo
- 75g creme de leite fresco
- 50ml leite
- 1 colher de chá de curry
- ½ pimenta dedo de moça
Modo de Preparo
- Coloque a cerveja em uma panela em fogo médio até que ela reduza para aproximadamente 200ml.
- Adicione o sal e a manteiga até que esteja totalmente derretida.
- Junte a farinha toda de uma vez, desligue o fogo e mexa até homogeneizar.
- Coloque a massa em um saco de confeitar com ponta de “estrela” e deixe resfriar na geladeira ou congelador, enquanto prepara a cobertura.
- Para a cobertura, junte o leite, creme de leite, curry, pimenta e leve ao fogo até levantar fervura. Curry e pimenta a gosto.
- Pique o chocolate em pedaços pequenos. Despeje os líquidos através de uma peneira sobre o chocolate e mexa até homogeneizar. Mantenha aquecido.
- Aqueça o óleo para fritar os churros.
- Para cortar a massa você pode usar uma tesoura ou a ponta dos dedos.
- Ao retirar os churros da fritura, coloque-os em papel toalha para que absorva todo o excesso de óleo e passe na mistura de açúcar e canela.
- Arrume os churros em um recipiente alto, ou copo tipo pint.
- Sirva com a cobertura de chocolate em recipiente separado.
Fonte da receita: A Perua da Cerveja (contém adaptações)
Com informação de: The Prisma
Confit de Pato ao Molho de Laranja e Cerveja
O pato vinha cantando alegremente... até que um dia caiu na panela. Azar do pato, sorte a dos humanos, hoje trazemos uma receita dos tempos da Cleópatra até a sua mesa, com um toque – é claro – do delicioso sabor da cerveja escura.
Desde que o mundo é mundo, o ser humano sempre buscou a melhor maneira de conservar seus alimentos. Não à toa, no Antigo Egito, há mais de quatro mil anos, um método bem conhecido de preservar a comida do dia de hoje para os dias vindouros era mergulhar o alimento em condimentos (como o açúcar e o mel) ou em gordura. Essa cultura de conservar os alimentos em banha animal atravessou a História, passou de geração em geração também nos impérios grego e romano, e ganhou um destaque na Idade Média, em especial sob o gosto de Henri IV, rei da França (de 1589 a 1610). Foi graças a ele que, por exemplo, o pato em banha deixou de ser um prato “popular”, campesino, e alcançou o status de comida nobre, da realeza.
Em francês, este método de conservação é conhecido como “confit”, do verbo “confire”, e pode ser tanto usado para doces – em “confiture”, que significa geleia ou fruta embebida em açúcar – quanto para salgados, como o “confit de canard” – ou pato conservado na gordura.
Tradicionalmente, o confit de pato é uma receita associada à região do sudoeste da França, cujo clima e geografia permitem uma boa criação deste animal. No Brasil, segundo estudo divulgado em 2018 pela Associação Brasileira de Proteína Animal, a produção e exportação deste animal se concentram basicamente no sul do país, sobretudo em Santa Catarina. Somente este estado foi responsável por 99,994% de toda a exportação de carne de pato ao resto do mundo, a mais de 20 países, representando um total de quase 3,5 mil toneladas do animal e gerando uma receita de quase 9 milhões de dólares ao país em 2017.
Comparativamente, enquanto o brasileiro médio consome apenas 13 gramas de carne de pato por ano, um europeu come 1kg desta carne e um chinês chega a consumir 1,5kg da ave anualmente. Assim sendo, embora a carne de pato ainda não seja uma preferência nacional, os números também indicam que ano após ano o brasileiro está introduzindo em sua mesa esse tipo de alimento.
Se você por acaso não teve a oportunidade de experimentar um delicioso confit de pato à moda francesa, hoje lhe trazemos uma receita turbinada com a nossa bebida favorita, a cerveja, de fazer qualquer um suspirar e dizer: “ulalá!”.
Bon appétit!
Confit de Pato ao Molho de Laranja e Cerveja
Ingredientes
- 4 coxas (com sobrecoxa) de pato
- 1/3 de maço tomilho
- 4 ramos alecrim
- 4 dentes alho picados
- 80 gramas sal grosso
- 20 g pimenta-preta
- 750 ml azeite de oliva
- 500 ml de cerveja escura
Para o molho:
- 200 gramas açúcar
- 100 ml de vinagre
- 300 ml suco de laranja
- 250 ml de caldo de legumes ou frango
- 100 gramas manteiga
- 50 gramas roux (caso seja necessário para a liga)
Modo de Preparo
- Tempere as coxas com as ervas, o sal grosso, o alho, pimenta e cerveja, deixando na geladeira de um dia para o outro. No dia seguinte, leve o azeite ao fogo em panela alta.
- Quando estiver bem aquecida, a mais ou menos 80 Cº, acrescente as coxas e leve ao forno coberto com papel alumínio para que cozinhe lentamente em fogo baixo 150Cº (tomando cuidado para que não ferva) por uma hora e meia.
- Após uma hora e meia, tire o papel alumínio e deixe para dourar por mais 15 minutos
- Molho de laranja: em panela pequena, leve o açúcar ao fogo médio até caramelizar. Acrescente o vinagre. Adicione o suco de laranja e o caldo de legumes diluído em um pouco de água quente.
- Acrescente a manteiga e misture bem até ter uma textura aveludada
- Adicione o roux caso o molho estiver muito líquido
- Sirva com arroz ou batatas ao murro
Fonte da receita: CookPad (contém adaptações)
Com informações de: Associação Brasileira de Proteína Animal, APEX-Brasil, Lafitte e Wikipédia
Bolo de Cerveja Escura
Existem fatos tão consolidados e arraigados em nossa cultura que muitas vezes não paramos para pensar de onde eles vêm e o porquê. Imagine-se, por exemplo, como um viajante espacial chegando a um planeta desconhecido. Neste planeta, os seres de um clã se reúnem uma vez ao ano em torno de um deles, acedem fogos e aderem a um cântico uníssono e breve, seguido por uma manifestação física ruidosa e depois silêncio. Soa familiar?
De acordo com o portal Superinteressante, o ritual de se comemorar um aniversário data mais de 5.000 anos. Com registros oficiais do Egito antigo, a tradição que antes era reservada apenas aos deuses e semideuses, isto é, aos faraós e seres do outro mundo, passou a ser “popularizada” também aos reles mortais. Embora, há muitíssimo tempo, o cristianismo havia proibido tal prática – por justamente não corresponder à adoração de um único deus –, a Igreja foi a responsável por trazer o aniversário de volta ao calendário Ocidental com a comemoração do nascimento de Cristo no dia 25 de dezembro.
Dentre uma das possíveis explicações para o formato da festividade, com um bolo redondo preenchido de velas, figura-se a reverência da Grécia antiga à deusa Artêmis, a deusa da Lua. O redondo simbolizava a Lua cheia e as velas a sua luz refletida na Terra.
Ainda mais inusitado, segundo o portal Bonde, antes de passarem a representar a comemoração dos seres terrestres, os antigos romanos tinham uma tradição bem peculiar: as famílias ricas preparavam deliciosos bolos para o casamento de seus entes queridos, mas, ao invés de os saborearem, eles eram amassados e jogados em direção aos noivos como símbolo de boa fortuna e adoração aos deuses.
Já na passagem da Idade Média para a Idade Moderna após o período das Grandes Navegações, o cacau trazido da América pelos espanhóis nos séculos XV e XVI marcam a profunda associação (para não dizer reverência) do bolo com o chocolate. Hábito comum nas grandes cortes europeias, as tortas recheadas com mais de um andar passaram a ser símbolo de status e opulência: quanto maior, mais nobre era a família.
Por isso, não fique surpreso(a) se um dia um viajante de outro mundo vier nos visitar e perguntar o motivo desta tão peculiar tradição de aniversário. Basta dizer ao nosso amigo interestelar que, entre a comemoração à deusa da Lua, o nascimento de Cristo, os faraós e seres de outro mundo, desejamos a um ente querido uma boa vida, regada de muita riqueza e felicidade.
Bolo de Cerveja Escura
Ingredientes
- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo
- 2 xícaras (chá) de açúcar
- 1 xícara (chá) de cerveja escura
- 3 ovos
- 1 colher (sopa) de fermento em pó
Modo de Preparo
- Bata as claras em neve e reserve.
- Em um recipiente misture a farinha, o açúcar, as gemas, a cerveja escura e bata até a massa ficar homogênea.
- Acrescente o fermento e as claras em neve e misture bem.
- Despeje em uma forma untada.
- Leve ao forno pré-aquecido por aproximadamente 40 minutos.
- Cobertura a gosto.
Informação de: Portal Bonde, Superinteressante
Fonte da receita: Tudo Gostoso (contém adaptações)
Egészségére! - Saúde
Oi? Como é? Você pode repetir?
O título acima é uma interjeição pertencente ao idioma húngaro, da família das línguas urálicas. Aparentemente impronunciável, esse palavrão todo é usado diariamente em diversas ocasiões e pode ser traduzido como o nosso simpático “saúde!”.Leia mais